Segue com grande repercussão o posicionamento da Fenam contra o feticídio, expresso em carta aberta à população, publicada em suas redes sociais no dia 20 de maio de 2024. Além da acolhida pela categoria médica, o documento repercutiu junto à Confemel (Confederación Médica Latinoamericana y del Caribe), que destacou a importância da iniciativa da Federação em colocar em evidência a situação dos médicos, as condições de trabalho e as deficiências dos sistemas de saúde, ao tocar num tema tão importante como é o feticídio.
O presidente da Confemel, Dr. Vicente Gutierrez, da Bolívia, afirmou ainda, em sua mensagem, que é fundamental a troca de informações entre as entidades e associações médicas do continente latino-americano, destacando que a Confederação que preside é comprometida com os médicos e a população.
O posicionamento da Fenam conta com o apoio do Sindimed. Vale lembrar que integram a diretoria da Federação a presidente do Sindicato, Dra. Rita Virgínia e o vice-presidente, Dr. Yuri Serafim.
Leia, abaixo, o documento da Fenam:
CARTA ABERTA AOS BRASILEIROS
A Federação Nacional dos Médicos - FENAM, entidade médica representativa dos médicos brasileiros, vem a público se manifestar acerca de assunto de extrema relevância envolvendo o trabalho médico, o feticídio.
O alvo de toda a atenção, cuidado, perícia e expertise médica é salvar vidas.
A FENAM é contra o feticídio em gestações acima de 22 semanas. Respeitados os direitos das mulheres, já previstos em lei, reafirmamos o nosso compromisso com as mulheres brasileiras, na luta incansável, ao acesso a uma saúde pública de qualidade.
O aborto provocado acima de 22 semanas, além de trazer riscos à vida da gestante provoca a execução sumária de outra vida, a do feto, e de maneira cruel, o que seria impensável do ponto de vista médico e humano.
Lembramos que o médico, ao utilizar a sua perícia e técnica que advém da sua capacidade intelectual e mental, também traz consigo a sua humanidade, valores morais e espirituais.
Vivemos em um país de tamanho continental, onde várias culturas, crenças religiosas e espirituais convivem de forma harmoniosa e respeitosa.
Não seria aceitável, que além do risco à gestante, da morte do feto, provocássemos o sofrimento incalculável a outro ser humano envolvido no ato, o médico.
Por fim, defendendo os direitos do profissional médico, que por lei, ficaria obrigado a cometer um assassinato, também com esses, reafirmamos o nosso compromisso em continuar lutando pela autonomia médica.
Por uma nação unificada, nos mantemos certos de que o Brasil continuará encontrando soluções de maneira pacífica e razoável!
Lúcia Maria de Sousa Aguiar dos Santos
Presidente da Federação Nacional dos Médicos - FENAM
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